sexta-feira, 11 de novembro de 2011

ATIDADES DESENVOLVIDAS

As duas atividades desenvolvidas com meu aluno foram:
criação do email, fizemos algumas atividades proposta pelo Leandro e pela Fernanda, e continuo acessando juntamente com ele seu email, trocando correspondencias com os outros colegas.

Abraços.

Inclusão escola: uma prática possível?

A inclusão escolar tem sido um tema bastante atual. Crianças que antes eram excluídas da escola regular e colocadas em instituições para deficientes, agora têm o direito, garantido por lei, à educação e de freqüentar a mesma escola das crianças tidas como “normais”.
Assim, crianças que apresentam diferentes déficits, sejam eles temporários ou crônicos, graves ou leves, devem ser inseridos no ensino regular.
A efetivação da inclusão exige a superação de vários desafios: estabelecimento de novas formas pedagógicas, capacitação dos professores para saber lidar com diferentes problemáticas, os alunos e famílias devem aprender a aceitar as diferenças e a própria criança deficiente precisa participar ativamente de seu processo de inclusão.
A escola deve ser capaz de atender seus alunos em suas especificidades e singularidades e isso é válido para todos, não só para os que possuem algum déficit. Todas as pessoas apresentam diferentes características, se sobressaem em algumas áreas e apresentam dificuldade em outras, e isso precisa ser respeitado e levado em conta na hora da aprendizagem e do convívio social.
A maioria das escolas, no entanto, está longe de viabilizar a inclusão. Na prática, o que tem acontecido são escolas que recebem alunos com deficiência, mas que os segregam dentro do próprio ambiente escolar, criando, por exemplo, salas especiais. Muitas alegam que esta prática acontece devido ao despreparo dos professores ou porque não acreditam no benefício que tais crianças podem ter ao freqüentar o ensino regular, afirmando que jamais vão conseguir aprender, por exemplo.
O processo de inclusão deve ser feito com bastante cautela, respeitando as dificuldades e o tempo de cada criança. Não basta a escola, os alunos e os professores estarem preparados para receber uma criança com deficiência, é preciso também que a própria criança esteja pronta para este novo espaço social.
Cada caso deve ser tratado em sua singularidade e um trabalho de preparo anterior feito com a criança e sua família é fundamental. Assim, uma criança que nunca esteve na escola, que não teve contato com outras crianças, que teve seu convívio social restrito ao ambiente familiar, precisa de todo um trabalho para poder ser inserida na escola regular. Se isto for feito de forma abrupta, sem um preparativo, a inclusão tem grande risco de ficar fadada ao fracasso.
A inclusão não se limita a colocar a criança dentro da escola, é preciso que ela consiga interagir, de acordo com suas potencialidades, com outras crianças. Uma criança surda que fica isolada na escola, por exemplo, não está inserida: a exclusão fica reeditada no próprio ambiente escolar.
Os pais também precisam ser escutados. Pais que estão temerosos com a inserção de seu filho na escola, provavelmente, passarão para ele seus receios, o que dificultará a adaptação da criança.
Cabe pontuar que, muitas vezes, a exclusão não acontece apenas aos deficientes, ela pode aparecer sobre os alunos mais pobres, os de raças diferentes, os repetentes, os obesos, os portadores de doenças como o HIV, os tímidos, os de religiões diferentes... Nestes casos, estas crianças não são colocadas em salas especiais, mas, freqüentemente, ficam isoladas na sala de aula, não conseguem fazer amizades.
O papel da família dos alunos também é fundamental. Se um trabalho é feito na escola, mas a criança encontra nos pais grande preconceito, tende a repetir este comportamento, já que os vê como modelos. Por exemplo, pais que não querem que seu filho brinque com uma criança que tem HIV com medo que ela se contamine, influenciarão a forma como seu filho se relacionará com seu colega.
É importante ressaltar que inclusão não significa tratar a todos como iguais, anulando as diferenças. A diversidade é um elemento extremamente enriquecedor para a aprendizagem. Os alunos devem, portanto, perceber, identificar e saber lidar com as diferenças.
A tentativa de normatizar uma criança pode ser tão ou mais violenta que a exclusão. Assim, uma criança com paralisia precisa saber de suas limitações, mas isto não significa que seja incapaz de realizar muitas atividades e de estabelecer amizades.
Não devemos esquecer: a educação é direito de todos!


*É proibida a reprodução do texto publicado nesta página, no todo ou em parte, sem autorização escrita da autora, sujeito às penalidades previstas na Lei 9.610/98 de direitos autorais.

Acolhimento em educação!

"Entrar realmente no mundo do outro, com aceitação, cria um tipo de vínculo muito especial que não se compara a nenhuma outra coisa que eu conheça."
                        Carl Rogers
E mais um ano letivo se inicia...As férias passaram tão rápido! Começar tudo de novo...
Quando o professor volta às aulas, é inevitável que deixe de ter tais pensamentos, mas também os alunos os têm. Assim é: somos todos únicos e, ao mesmo tempo, somos todos semelhantes.
Este artigo é destinado a você, mestre, que retorna ao paradoxal mundo da sala-de-aula. Compreendo suas dúvidas, suas esperanças e, principalmente, seu cansaço perante as dificuldades que o ensinar origina nos dias atuais.
A mensagem é que você acolha seus sentimentos neste retorno, não "brigue" com eles, mas também não se deixe contaminar pelo que desanima e enfraquece.
A mensagem é praticar um comportamento de acolhimento neste momento. "Como seria isto?", talvez você se pergunte.
Acolher, em educação,  é antes de tudo estar presente, é tentar entrar no mundo destes alunos que chegam, tentar entendê-los e levá-los a perceber que assim estamos em relação a eles. É algo parecido com navegar nas corredeiras de um rio, onde é necessário estar o tempo todo fluindo junto e respondendo a cada momento às mudanças que acontecem.
Para acolher, entretanto, o professor vai precisar entrar na sala-de aula meio que "despido" de preconceitos e não se deixando contaminar por experiências negativas anteriores. É claro que nunca se consegue suspender completamente as próprias perspectivas e marcas de acontecimentos passados, mas é importante que estas visões e preconceitos sejam temporariamente colocados "entre parênteses"como diz Richard Hycner, em seu livro "De Pessoa a Pessoa".
Acolhimento envolve um sentimento de admiração perante o outro, se eu acreditar que, por um ano, no mínimo, farei parte da construção da história de vida daquela pessoa, daquela turma, daquele aluno.
Acolhimento em educação é baseado em um olhar e em uma escuta baseados no interesse por aquele a quem vamos ensinar e em suas necessidades, é querer estabelecer um vínculo, uma relação sadia, por menor que seja.
Entretanto, é importante, antes de acolhermos o outro, que façamos um mergulho em nós mesmos, a fim de percebermos a origem comum que nos une a todos, e, em especial, a nossos alunos, que como nós, têm dúvidas, desânimos, beleza interior e interesse pelo prazer de viver.
                           

por Elisabeth Salgado

Mídia e Inclusão





A mídia como instrumento facilitador no processo de inclusão escolar.
ROSA, Ana Cristina Silva da
Mestra em Educação pela UMESP, Psicopedagoga, Professora Universitária
Universidade Ibirapuera (UNIb)
Brasil – SP
e-mail: anachrisrosa@ig.com.br
INTRODUÇÃO
O presente artigo tem por objetivo discutir a importância da mídia e os meios de
comunicação no processo de inclusão social. Este tema originou-se em decorrência de
minha experiência como professora universitária responsável pela Disciplina Educação
Inclusiva e Prática Pedagógica, no curso de Pedagogia. Ao longo destes anos de docência
abordando um tema tão polêmico como a inclusão, principalmente de crianças com
necessidades educativas especiais, tenho observado que muitos universitários tem trazido
um pré-conceito e um preconceito sobre as possíveis dificuldades que possam encontrar ao
trabalharem com tais crianças. E quem pode afirmar que não poderemos encontrar
dificuldades no processo educacional com qualquer criança, independente de suas
características física, mental, social, religiosa, étnica etc.?
Acreditando na necessidade de um ruptura com tais pré-conceitos e preconceitos,
procurei inserir no cotidiano universitário dos futuros professores/pedagogos uma
possibilidade de análise crítica da mídia como propulsora de preconceitos e/ou facilitadora
no processo de inclusão.
INCLUSÃO ESCOLAR: O QUE É?
A Inclusão Escolar é um novo paradigma educacional que tem trazido inúmeras
controvérsias. Alguns professores do ensino regular consideram-se despreparados para
lidar com as diferenças nas salas de aula, especialmente em atender crianças com
necessidades educativas especiais relacionadas a alguma deficiência.
A inclusão escolar é um processo sem volta, que exige da escola um
comprometimento significativo para que todos possam usufruir os benefícios do processo
educacional. Para que possamos compreender melhor o que é inclusão escolar, é necessário
compreendermos que a inclusão social é um processo pelo qual a sociedade se adapta
para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com ou sem necessidades
especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na sociedade
(Sassaki, 2002, p. 41). Sendo assim, a escola deve assumir seu papel social consolidando
movimentos para a efetivação da inclusão de todos no processo educativo, reafirmando o
que propõe a ONU em sua Resolução 45/91, que diz “é necessário a construção de uma
sociedade para todos até o ano de 2010.”
Uma sociedade inclusiva garante seus espaços sociais para todas as pessoas;
fortalece as atitudes de aceitação das diferenças individuais e coletivas, valorizando a
diversidade humana e principalmente enfatiza a importância do pertencer, da convivência,
da cooperação e da contribuição de todas as pessoas para uma vida mais justa, mais
saudável e mais satisfatória (Sassaki, 2002).
Estes princípios em que estão alicerçados a sociedade inclusiva, podem impactar no
processo de inclusão na maioria das escolas, principalmente, porque entende-se que
inclusão não é somente a colocação de um aluno com necessidade educativa especial dentro
do espaço escolar . A inclusão escolar exige uma nova proposta pedagógica, uma nova
maneira organizacional de gerir a escola, uma nova possibilidade de atuação didática,
assumir novas responsabilidades e principalmente uma ruptura com modelos
organizacionais centralizadores e não democráticos.
Para Mantoam (2003) inserir o aluno no espaço escolar sem se preocupar com suas
necessidades não é inclusão, este processo pode ser compreendido como integração e tem
se apresentado de diversas maneiras. Assim, Mantoam (2003, p.22) se expressa sobre
integração:
3
refere-se mais especificamente à inserção de alunos com deficiência nas escolas
comuns, mas seu emprego dá-se também para designar alunos agrupados em escolas
especiais para pessoas com deficiência, ou em classes especiais, grupos de lazer ou
residências para deficientes.
É necessário explicitar que a inclusão escolar abrange uma gama de segmentos
populacionais excluídos por qualquer motivo e não apenas o segmento das pessoas com
deficiência, tendo por essência a democratização de ensino baseada na tríade acesso,
permanência e qualidade de ensino. Este paradigma pode beneficiar a todos,
principalmente porque todos podem aprender a lidar com as diferenças individuais e
coletivas e a valorizar a diversidade humana. É neste contexto que a mídia pode ser um
instrumento facilitador de inclusão social.
O papel da mídia no processo de inclusão
Em 1990, em Jomtien/Tailândia, organizou-se a Declaração Mundial sobre
Educação para Todos, em que deixa claro que os países signatários tem metas a cumprir
para a efetiva democratização do ensino. Dentre elas, os países devem organizar políticas
públicas de formação docente, investir em programas de acessibilidade, e promover a
divulgação de projetos públicos com foco de inclusão social, bem como articular
movimentos para que a sociedade civil e privada comece a assumir suas responsabilidades
sociais entre outras. Neste contexto, a mídia e os meios de comunicação passam a exercer
função essencial para veiculação de informações e produção de conhecimentos.
Relatado por Werneck (2000) a visita de John Madolox, editor-chefe da revista
Nature ao Brasil, afirma que:
Dezenas de jornalistas já provaram sua competência ganhando prêmio na Inglaterra, mesmo sem ter
qualquer formação específica. Importa é o interesse do profissional no assunto e seu compromisso em
ser fiel às informações que recebe dos entrevistados. (p.265)
4
Isto demonstra que os jornalistas também podem produzir conhecimentos como os
outros pesquisadores. É claro, o que não pode ser esquecido é a averiguação das
informações e um estudo criterioso do tema a ser abordado, postulando um compromisso
ético profissional.
O jornalista é um mediador de diferentes saberes e deve assumir o papel social de
articulação de conhecimentos especializados aos leigos e conhecimentos dos leigos para os
especialistas, sendo dinamizador de conhecimentos(Werneck, 2000).
No entanto, muitas das informações veiculadas pelos meios de comunicação tem
fortalecido o preconceito sobre as minorias sociais, dentre eles os indivíduos com
deficiência. Sassaki(2001) ao coligir e analisar diferentes materiais jornalísticos constatou
que muitas informações apresentam erros graves de comunicação. Pode-se observar isto
nos trechos abaixo analisados por ele:
Repórter 1: “Stephen Hawking, um gênio da física, preso a uma cadeira de rodas, produz uma obra
revolucionária.”
Repórter 2: “Criado por D. Pedro II, o Instituto Nacional de Educação de surdos usa uma linguagem
própria, a LIBRA – Linguagem Brasileira de Sinais, que ainda não foi aprovada pelo congresso. Nesta
sala de aula, as crianças aprendem português e linguagem de sinais ao mesmo tempo.”
Repórter 3: “Este apartamento é da professora Ethel Rosenfeld. Ela é cega mas mora sozinha há 15
anos.”
Repórter 4: “Só movimentando a cabeça e preso a uma cadeira de rodas especial que ele comanda
com os movimentos da boca, se formou em direito pela Universidade de Brasília.”
Repórter 5: Ela é mãe de Érica, quadriplégica e conhece as dificuldades de outras mães em situações
semelhantes à dela.”
Repórter 6: “Renato tem 8 anos e sofre de distrofia muscular progressiva.”
Os autores destas frases trouxerem um simbolismo estigmatizador que as pessoas
com deficiência já lutam há vários anos para se livrarem deles. No trecho do repórter 1 e 4
a palavra preso, além de ser incorreta, segundo Sassaki(2001), perpetua a imagem de
coitadinho, de sofredor, trazendo uma carga emocional exagera em relação a situação de
estar em uma cadeira de rodas. Bastaria ter dito “sentado numa cadeira de rodas ou que
anda em uma cadeira de rodas”, e ainda no trecho do repórter 4, há a compensação de algo
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negativo (preso numa cadeira de rodas) a algo extremamente positivo(concluiu o curso
universitário em direito, algo compensador). Já no trecho do repórter 6, a palavra sofre,
também induz ao leitor um sentimento de pena.
No trecho do repórter 2, o autor escreve LIBRA, quando o correto é LIBRAS,
Língua Brasileira de Sinais, e não Linguagem Brasileira de Sinais. Já no trecho do Repórter
3, o preconceito está presente ao afirmar que “ela é cega mas mora sozinha”, como se uma
pessoa cega não fosse capaz de morar sozinha ou que não deva morar sozinha. E por
último, e também importante é a utilização de termos corretos; no trecho do repórter 5, no
lugar da palavra “quadriplégica” que não é utilizada no Brasil, o autor deveria escrever
tetraplégica.
As pessoas com deficiência tem procurado se fortalecer socialmente, utilizando-se de
“empowerment” (é o processo pelo qual um indivíduo ou um grupo usa o seu poder pessoal
inerente a sua condição, por exemplo, portador de deficiência, para fazer escolhas, tomar
decisões e assumir o controle de sua vida) para construirem uma imagem positiva sobre si
mesma. As informações trazidas nestas mensagens relacionam a pessoa com deficiência a
imperfeição, a anormalidade, ao sentimento de “pena” por parte de quem as lês.
Além disto, há matérias que fortalecem mitos vinculados a deficiência ou trazem a
terminologia incorretas(Sassaki, 2001, p.4):
“O planeta possui atualmente 600 milhões de indivíduos que apresentam algum tipo de deficiência
física ou mental.”
“Nos países em desenvolvimento, como no Brasil, não existe seguridade social que inclua o tratamento
médico e psicológico para milhões de pessoas que têm a deficiência física ou mental.”
“O que falta num sentido, a natureza trata de aprimorar num outro. A exemplo do por star Stevie
Wonder, o carioca Glauco Cerejo, compensa a falta de visão pelo talento musical. Em vez de piano, o
seu instrumento é o sax, que ele toca e ensina como poucos.”
No primeiro trecho a terminologia correta, seria, neste caso, deficiência física,
mental, visual, auditiva ou múltipla; no segundo, não só a deficiência física ou mental, mas
também a visual, a auditiva ou a múltipla; e no último, o autor construiu sua mensagem
baseada no mito da compensação, ele é cego mas toca maravilhosamente bem. Este mito
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dificulta a transformação da sociedade que sempre procurará algo compensador nas pessoas
com deficiência, prejudicando a aceitação daqueles que não apresentam outras habilidades
especiais.
A Revista Exame, na edição 649 (15/04/1998) traz na capa a imagem de um senhor
de óculos escuros, bem trajado, em pé e segurando com a mão esquerda a correia afivelada
a coleira de um cão guia. Tendo o seguinte trecho:
“Por que os economistas erram tanto?. Eles são as grandes estrelas da bilionária indústria de previsões.
Mas atenção: se você quer saber o futuro, talvez o mais eficaz seja jogar a moeda para o alto.”
A partir desta mensagem podemos fazer algumas indagações: Por que os
profissionais da mídia vêem e insistem em relacionar a deficiência a “erros e falhas”?
Neste caso, só por que ela não vê?
É imprescindível não esquecer que os veículos de comunicação são obrigados a
prestar serviços de utilidade pública à comunidade, principalmente as emissoras de
televisão e rádio que são de fácil acesso a maior parte da população. A preocupação com as
informações e os conhecimentos por eles veiculados deve ser grande, uma vez que podem
consolidar os estigmas e preconceitos com as pessoas com deficiência, que já sofrem
exclusão em vários segmentos sociais.
Mas, os meios de comunicação também tem exercido seu papel social positivamente.
Em 21 de novembro de 2003, no Jornal Nacional veiculado pela Rede Globo, Willian
Bonner, editor chefe e apresentador chamou atenção para a reportagem que abordava a
inclusão de criança com necessidades educativas especiais em escolas regulares. A
reportagem mostrou o quê e como uma escola particular na cidade de São Paulo tem se
organizado para desenvolver uma proposta de educação inclusiva. Trouxe relatos da
direção e professores explicando que tiveram que se organizar e estão desenvolvendo
práticas baseadas em aprendizagem cooperativa, com acompanhamento individualizado,
além de fazer adaptações organizacionais (acesso, currículo e material) conforme indica o
MEC(2001).
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O fortalecimento da relação família-escola, foi outro foco muito bem abordado na
matéria, o que demonstra que o processo de inclusão exige: sensibilizar e preparar a
comunidade para acolher todos os alunos, orientando por meio de palestras, exposições
e/ou grupo de discussões.
A Declaração de Salamanca (1994) no artigo 61 afirma que
deverão ser estreitadas as relações de cooperação e de apoio entre administradores das escolas,
professores e pais, fazendo que estes últimos participem na tomada de decisões, em atividades
educativas no lar e na escola(...) e na supervisão e no apoio da aprendizagem de seus filhos.
Sendo assim, a escola não pode desconsiderar o papel da família e sua influência no
processo formativo do educando. A família é o primeiro berço educacional do homem e
possui obrigações convencionais estabelecidas pela sociedade.
Na reportagem já relatada, o Jornal Nacional apresentou uma experiência de sucesso
com inclusão escolar. Isto sim favorece o surgimento e o fortalecimento de movimentos e
práticas inclusivas.
Outro exemplo positivo dos meios de comunicação quanto a inclusão foi a matéria
publicada, num encarte especial, no dia 15 de outubro de 2004, no Jornal a Folha de São
Paulo. O encarte, intitulado Folha Dirigida, apresenta pesquisas bem elaboradas e
entrevistas com especialista abordando este tema. Discute os fundamentos da inclusão, o
porque deste movimento e uma das principais necessidades: a formação docente. A
professora Bernardete Gatti (Folha de São Paulo, 15/10/2004) em entrevista afirma que:
Nenhuma formação garante nada. O médico faz seis anos de universidade e sai ainda sem preparação
suficiente. Nenhuma formação profissional forma um profissional completo. Com o avanço dos
conhecimentos não é possível absorver tudo . Todo profissional precisa de formação suplementar – que
é uma forma de formação permanente com cursos de extensão, de especialização e no próprio
ambiente de trabalho. Os cursos de formação de professores estão abaixo do necessário para o seu
desempenho. É preciso repensar isso, com certeza, mas esse não é o único. Outros cursos precisariam
ser repensados.
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A formação docente tem sido uma das grandes preocupações para o
desenvolvimento de uma prática inclusiva. Revistas especializadas que procuram
contribuir para a formação profissional dos professores também tem organizado artigos,
entrevistas, pesquisas e/ou matérias que abordam este assunto.
A Revista Pátio, publicada pela ArtMed, de nº20, ano V, organizou vários artigos
científicos com este foco. Dentre eles o de Mantoam (2002, p.18) que discute o que
significa ensinar a turma toda:
Para ensinar a turma toda, parte-se da certeza de que as crianças sempre sabem alguma coisa, de que
todo educando pode aprender, mas no tempo e do jeito que lhe são próprios. É fundamental que o
professor nutra uma elevada expectativa em relação à capacidade dos alunos de progredir e não desista
nunca de buscar meios que possam ajudá-los a vencer os obstáculos escolares. O sucesso da
aprendizagem está em explorar talentos, atualizar possibilidades, desenvolver predisposições naturais
de cada aluno. As dificuldades e limitações são reconhecidas, mas não conduzem/restringem o
processo de ensino, como comumente acontece.
A Revista Nova Escola durante o ano de 2004, publicou inúmeras matérias mensais
que tratavam da diversidade em sala de aula. Assuntos como inclusão de alunos com
necessidades especiais, étnicoracial, Educação de Jovens e Adultos, classes multisseriadas
etc. foram debatidos e apresentados de maneira didática e fácil compreensão.
Outra contribuição importante tem sido a da Revista Veja, que em algumas semanas
publicou alguns textos na coluna Ponto de Vista. Criticamente a revista tem trazido temas
como: a importância da observação (04/08/2004), a intolerância (15/12/2004), o
preconceito racial etc.
Na reportagem de 22 de fevereiro de 2004, no Jornal Folha de São Paulo denúncia a
prática de exclusão desenvolvida em uma das escolas da rede estadual de ensino do Estado
de São Paulo. Relata que há duas semanas de aulas, uma aluna (24 anos) com deficiência
física não pode utilizar os sanitários da escola porque o andar em que ela estuda não há
banheiros. Para utilização deste espaço, a aluna teria que subir três andares. O que fez a
diretora? Indicou a aluna a utilização de fraldas. Só após denúncia feita pela reportagem à
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Secretaria de Educação do Estado, a direção disponibilizou os sanitários da administração
da escola até a construção de mais banheiros.
Há a necessidade de termos uma mídia que possa trabalhar nesta perspectiva.
Buscando orientar os jornalistas, a ONG Acesso Brasil disponibiliza o Manual da Mídia
Legal – Comunicadores pela Inclusão que sintetiza reflexões do 1º Encontro da Mídia
Legal – Universitários pela Inclusão, projeto vencedor no Rio de Janeiro do 1º Concurso
Rede Andi (Agência Nacional dos Direitos da Infância) para Projetos em Comunicação.
Este manual apresenta-se em versão PDF pela internet, que o internauta pode solicitar pelo
e-mail escoladegente@attglobal.net ou pelo site
http://www.acessobrasil.org.br/escoladegente. Esta obra, atendendo as normas
internacionais, organiza orientações aos comunicadores buscando explicar o como abordar
temas sobre inclusão,o uso correto de terminologia, estudo aprofundado sobre alguns
conceitos etc. Este é um dos caminhos possíveis para a comunicação que favoreça a
inclusão social.
Para transformar a sociedade discriminatória em uma sociedade inclusiva é
necessário uma abordagem correta e ética em relação a imagem da pessoa com deficiência.
Eunice Nunes (apud Sassaki, 2001, p. 1) correspondente da Folha, escreveu a matéria
“Limites da Liberdade: Constituição regula abusos contra direitos pessoais”, publicado no
dia 9 de março de 1997:
A Constituição Federal assegura, no Brasil, a liberdade de expressão de comunicação e de informação
jornalística, sem qualquer restrição. Mas garante também os chamados direitos da personalidade: o
direito á intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas (...) Celso Bastos lembra que a
informação jornalística é essencial para a democracia. Portanto, quanto a informação é de interesse da
sociedade, o direito de informar sobrepõe-se aos direitos individuais. Rena Aries Dotai, professor de
direito penal da Universidade Federal do Paraná, destaca que o jornalista e os órgãos de comunicação
devem sempre ter o cuidado de confirmar as informações antes de publicá-las, para evitar agirem com
negligência ou imprudência.
Assim a mídia será utilizada como instrumento facilitador no processo de inclusão social.
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                                  Bibliografia

Brasil, Parâmetros Curriculares Nacionais – adaptações curriculares, MEC, 2001.
_____, Política nacional de Educação Especial, Série Livro I , MEC, 1994.
_____, Educação Especial: tendência atuais, MEC: Salto para o /futuro, 1999
Carvalho, R.E, Inclusão: colocando os pingos nos “is”, São Paulo: Mediação, 2004
Mantoan, M.T.E. Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como fazer?, São Paulo: Moderna,
2003.
_____, Ensinando a turma toda, in Revista Pátio, Porto Alegre: ArtMed, 2002, p.18-28.
Sassaki, R.K., Inclusão: construindo uma sociedade para todos, Rio de Janeiro: WVA,
2002.
_____, Mídia: o grande aliado pró-inclusão, São Paulo, 2001 (digitado)
Stainback & Stainback, Inclusão: guia para educadores, Porto Alegre: ArtMed, 2000.
UNESCO, Declaração Mundial sobre Educação para Todos, Jomtien, Tailândia, 1990
_____, Declaração de Salamanca, Salamanca, Espanha, 1994.
Werneck, C., Ninguém mais vai ser bonzinho na sociedade inclusiva, Rio de Janeiro:
WVA, 2000