segunda-feira, 31 de outubro de 2011
INCLUSÃO ESCOLAR E A EDUCAÇÃO ESPECIAL
Sônia Cupertino de Jesus
PFJ-(DEPD)
PRB Urbano – 1
Mestranda em Letras
Professora de Libras Aplicada
7º período de Fonoaudiologia do
CES/JF
5º período do Normal Superior da
Faculdade Metodista Granbery
SETEMBRO/2005
EDUCAÇÃO ESPECIAL e a Inclusão Escolar
A Educação especial é um tipo de ensino que visa desenvolver todas as potencialidades
de pessoas Portadoras de necessidades especiais, condutas típicas ou altas habilidades, que
é oferecida, segundo a secretaria de Educação Especial, preferencialmente na rede regular
de ensino.
A Educação Especial atinge todos os níveis de ensino, desde a educação infantil ao
ensino superior. Esta modalidade de Educação é considerada como sendo um montante de
recursos educacionais e de estratégias de apoio que estando à disposição de todos os alunos
também oferecem diferentes alternativas de atendimento.
Entende-se por Pessoa Portadora de deficiência, aquela pessoa que apresenta, em
comparação com a maioria das pessoas, significativas diferenças físicas, sensoriais ou
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intelectuais, decorrentes de fatores inatos ou adquiridos, de caráter permanente, que
acarretam dificuldades em sua interação com o meio físico e social, e que por essa razão,
estão enfrentando várias barreiras para tomar parte ativa na sociedade com oportunidades
iguais às da maioria da população, o que ainda é considerado difícil.
Conforme nos orienta em seu livro: Inclusão – Construindo uma Sociedade Para Todos
(1999), Romeu Kazumi Sassaki, um dos paladinos do processo do reconhecimento pela
sociedade dos Direitos das pessoas Portadoras de Deficiência:”O termo necessidades
especiais é utilizado com um significado mais amplo. Às vezes encontramos na literatura,
em palestras e em conversas informais o uso das expressões pessoas
Necessidades Especiais, Pessoas com Necessidades Especiais e Portadores de
Necessidades Especiais,
de Deficiência, pessoas com Deficiência e portadores de Deficiência, no sentido de que,
assim, seria evitado o uso da palavra”Deficiência” supostamente desagradável ou
pejorativa.Todavia, “necessidades especiais” não deve ser tomado como sinônimo de
“deficiências” (mentais, auditivas,visuais, físicas ou múltiplas). (p.14).
Define-se o Portador de Necessidades Educacionais Especiais, como sendo a pessoa
que apresenta algum tipo de deficiência física, sensorial, cognitiva, múltipla, etc.
, necessitando por isso, de recursos especializados para desenvolver plenamente o seu
potencial e/ou superar ou minimizar suas dificuldades.No Brasil, nós temos a SEESP –
Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação, que é responsável pela
coordenação, implementação, supervisão e fomento da Política Nacional de Educação
especial.tendo como função identificar oportunidades, estimular iniciativas, gerar
alternativas e apoiar negociações que encaminhem o melhor atendimento educacional às
pessoas com necessidades educativas especiais, garantindo, assim a sua integração escolar e
social.
Segundo reportagem do jornal O Estado de São Paulo (Brasília, 24/05/2002), cada vez
os pais e familiares de crianças portadores de necessidades especiais estão procurando as
escolas regulares. No ensino Público, registramos entre 1998 e 2001, um aumento de 54%
nas matrículas de alunos com necessidades especiais, segundo o Censo Escolar.Estas
crianças e jovens com deficiências físicas ou mentais que vieram para as escolas normais,
perfazem um total de 78.274. Nas escolas especializadas, o aumento das matrículas foi de
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17% no mesmo período.No entanto, a maior parte dos portadores de necessidades especiais
continua a estudar nas chamadas escolas especiais: são 245,1 mil matrículas em colégios
exclusivos deficientes. Para educadora Maria Teresa Mantoan, da Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp), é preciso reforçar as políticas para estimular a
crianças nas escolas regulares. ( p/ o Jornal em 24/05/2002) “ O aumento é positivo, mas
enquanto as políticas não forem mais claras, a Inclusão não vai ocorrer como deveria”,
analisa a educadora.
Acredito que a falta de informação deve ser o grande problema que justifica a não
inclusão bem maior de crianças com deficiência no ensino regular brasileiro. Esta falta de
informação, aliada ao preconceito, ao medo, falta de elaboração de metas governamentais
para qualificar o ensino; tudo isso provoca a segregação de crianças, que vão perdendo
oportunidades de desenvolverem seu potencial e de exercerem cidadania. O ministério da
Educação ainda não é capaz de garantir a educação a todas as crianças portadoras de
deficiências. Outro fator é que, não adianta só as crianças matricularem-se nas escolas
regulares, o ensino brasileiro não está preparado para recebe-las com uma formação com
qualidade e onde a diversidade esteja presente de forma natural.
Portadoras decomo sendo melhor do que usar as expressões pessoas portadorasInclusão dessasConceitua-se a Inclusão Social como o processo pelo qual a sociedade se adapta para
poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e,
simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na sociedade. A
inclusão social constitui, então, um processo bilateral no qual as pessoas, ainda
excluídas e a sociedade buscam, em parcerias, equacionar problemas, decidir sobre
soluções e efetivar a equiparação de oportunidades para todos. (Sassaki,1997,p.3)
Um ótimo livro da jornalista Cláudia Werneck, trata com muita competência do tema
da Inclusão Social:
obra para ser lida e estudada por muita gente: pessoas com deficiência, familiares,
profissionais de diversas áreas como habilitação, reabilitação, educação especial, mídia, etc.
Para que se possa incluir todas as pessoas, a sociedade deve ser modificada, e não as
pessoas, a partir do entendimento de que ela é que necessita ser capaz de atender às
pessoas, a partir do entendimento de que ela é que necessita ser capaz de atender às pessoas
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e efetuar mudanças. O crescimento, o desenvolvimento dos portadores de necessidades
especiais, por meio da educação, reabilitação, qualificação profissional, etc, deve ocorrer
dentro do processo de inclusão e não como uma exigência, para estas pessoas poderem
fazer parte da sociedade. Muitos princípios para a prática da Inclusão são considerados
incomuns, diferentes e difíceis, como: a aceitação das diferenças individuais, (muitas vezes
é difícil para os próprios pais aceitarem o problema dos filhos) a valorização de cada
pessoa, a convivência dentro da diversidade humana, a aprendizagem através da
cooperação, da ajuda mútua, do entendimento.
Esta diversidade humana é representada principalmente pela origem nacional, sexual,
religião, cor, idade, raça, gênero e deficiências. Infelizmente, muitas pessoas ainda são
excluídas por serem consideradas diferentes.
Ninguém Mais vai Ser Bonzinho na Sociedade Inclusiva (1997), umaA inclusão social, portanto, é um processo que contribui para a construção de um
novo tipo de sociedade através de transformações, pequenas e grandes, nos
ambientes físicos, espaços internos e externos, equipamentos, aparelhos, utensílios
mobiliário e meios de transportes e na mentalidade de todas as pessoas, portanto
também do próprio portador de necessidades especiais. (Sassaki,1999, p.42)
Pedagogos e psicólogos hoje não têm mais dúvidas de que a inclusão de pessoas
portadoras de necessidades especiais em salas de aulas regulares só é benéfica ao
aprendizado dessas crianças. Elas aprendem mais e interagem com os colegas de classe. “O
desenvolvimento pedagógico nessas condições é muito maior do que quando a criança é
educada em classes especiais, compostas apenas por portadores de deficiências”, afirma a
psicopedagoga Leny Magalhães, professora da PUC-SP, numa entrevista ao jornal: Diário
do grande ABC (09/06/2002), ela estuda a educação inclusiva há vinte anos.
Educação Inclusiva significa provisão de oportunidades eqüitativas a todos os
estudantes, incluindo aqueles com deficiências severas, para que eles recebam
serviços eficazes, com os necessários serviços suplementares de auxílios e apoios, em
classes adequadas à idade, em escolas da vizinhança, a fim de prepara-los para uma
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vida produtiva com o membros plenos da sociedade.(Centro Nacional de
Reestruturação e Inclusão Educacional, 1994 apud Sassaki,1999)
De acordo com o Centro para o ministério com pessoas Deficientes, da Universidade de
Dayton, EUA,” todas as adaptações de sala de aula devem ser feitas com o menor
“estardalhaço” possível e com o máximo de boa vontade e hospitalidade. Em nenhuma
hipótese, deverá a deficiência ser apontada de uma forma constrangedora ou enfatizada,
nem tão pouco ignorada”. ( citado por SASSAKI,1999, p.125). São várias as mudanças
possíveis de se fazer que não prejudicam ninguém e vão facilitar a vida do portador de
necessidades especiais, como: o professor deverá sentar-se na frente da sala, falar
claramente, usar recursos visuais aprender e estimular outros a aprenderem a linguagem dos
sinais, aplicar técnicas de modificação de comportamento; identificar os pontos fortes deles
formar grupos de aprendizado cooperativo, usar dramatização, dar exames orais, usar livros
em braile, contar histórias para ensinar conceitos abstratos, usar materiais de fácil
manuseio, escrever na lousa com letras grandes, etc. A Educação Inclusiva é boa para
todos.
A educação inclusiva representa um passo muito concreto e manejável que pode ser
dado em nossos sistemas escolares para assegurar que todos os estudantes comecem
a aprender que o “pertencer” é um direito, não um status privilegiado que deva ser
conquistado. ( N.Kunc, 1992 apud SASSAKI, 1999)
Segundo Montoan (1997), “ a inclusão causa uma mudança de perspectiva educacional,
pois não se limita a ajudar somente os alunos que apresentam dificuldades na escola, mas
apóia a todos: professores, alunos, pessoal administrativo, para que obtenham sucesso na
corrente educativa geral”. (p.145)
É preciso afirmar que existem resistências à Inclusão, tanto no âmbito escolar,
profissional, familiar, como em outros setores, as principais resistências têm como origem o
preconceito, a falta de informação e intolerância a modelos mais flexíveis. O medo do
novo, do desconhecido nos educadores tem origem na formação acadêmica a qual não os
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habilitou para o trabalho com a diversidade, nem tão pouco o engenheiro que projeta um
prédio sem rampas, e demais profissões que não previram uma sociedade para todos.
Os preconceitos em relação à inclusão poderão ser eliminados ou, pelo menos,
reduzidos por meio das ações de sensibilização da sociedade e, em seguida mediante a
convivência na diversidade humana dentro das escolas inclusivas, das empresas inclusivas,
dos programas de lazer inclusivos.Resultados já existem que comprovem a eficácia da
educação inclusiva em melhorar os seguintes aspectos: comportamento na escola, no lar e
na comunidade; resultados educacionais, senso de cidadania, respeito mútuo, valorização
das diferenças individuais e aceitação das contribuições pequenas e grandes de todos os
envolvidos, no processo ensino-aprendizagem, dentro e fora das escolas inclusivas.
Quando os educandos dos mais diferentes estilos estudam juntos podem se beneficiar
com os estímulos e modelos comportamentais uns com os outros. O ser humano necessita
passar por esse tipo de experiência para se desenvolver integralmente. A convivência na
diversidade humana pode enriquecer nossa existência desenvolvendo, em variados graus, os
diversos tipos de inteligência que cada um de nós possui. O fato de cada pessoa interagir
com tantas outras pessoas, todas diferentes entre si em termos de atributos pessoais,
necessidades, potencialidades, habilidades, etc., é à base do desenvolvimento de todos para
uma vida mais saudável, rica e feliz.
Sabemos que durante muito tempo a Educação Especial funcionou como um sistema
paralelo e não como parte integrante do sistema geral de educação, e assim foi-se criando
um mito de que é difícil trabalhar com pessoas portadoras de necessidades especiais. É
claro que não é fácil, mas também não exige nenhuma hiper estrutura e nenhum super
educador.
Para modificar estas idéias precisamos agir, sensibilizando a sociedade e convivendo
com a diversidade humana dentro das escolas inclusivas, empresas inclusivas e dentro de
políticas públicas inclusivas. Estes são os alicerces do processo de inclusão.
Na Escola Inclusiva todas as pessoas portadoras de necessidades especiais e de
distúrbios de aprendizagem têm direito à escolarização, o mais próximo possível do normal.
O seu principal objetivo é acolher todos que apresentem alguma diversidade, portanto
estamos falando de uma sociedade de direitos para todos.
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Estes são os reais objetivos da educação previstos na constituição. Pessoas que valorizem as
crianças portadoras de necessidades especiais, e métodos que valorizem o que a criança tem
de bom e não o que ela não tem, ou tem de ruim; isto seria uma escola inclusiva, dentro de
uma sociedade para todos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
SASSAKI, Romeu Kasumi. Inclusão: Construindo Um a Sociedade Para Todos. 3ª edição.
Rio de Janeiro: WVA, 1999, 174p.
ALMEIDA, Marina S.Rodrigues. Manual Informativo sobre Educação especial. Fonte:
Rede Saci, São Paulo.14/06/202. Disponível em: <http://www.sentidos.com.Br>
Autor [S.I.] Ensino Público. O Estado de São Paulo, Brasília, 24/05/2002.
Disponível em: <http://www.sentidos. com.br>
Site do MEC- Secretaria de Educação Especial. Fonte: MEC/INEP/SEEC.
Disponível em: <http://www.mec.com.Br>
PASCHOAL, Engel. Escola para Todos. Folha do estado de Cuibá, MT, 25/04/02.
Disponível em: <http://www.sentidos.com.br>
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TAMASAASKAS,Nicolas. Alunos Especiais.Diário do Grande ABC, Ribeirão
Pires,09/06/02. Disponível em: <http://www.sentidos.com.br>
WERNECK, Claudia. Ninguém mais vai ser Bonzinho, na Sociedade Inclusiva, WVA, Rio
de Janeiro,1997.
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Educação Especial
| Educação Inclusiva / Especial O que é a educação inclusiva? A educação inclusiva é uma acção educacional humanística, democrática, amorosa mas não piedosa, que percebe o sujeito em sua singularidade e que tem como objectivos o crescimento, a satisfação pessoal e a inserção social de todos. O conceito de educação inclusiva surgiu a partir de 1994, com a Declaração de Salamanca. A ideia é que as crianças com necessidades educativas especiais sejam incluídas em escolas de ensino regular. O objectivo da inclusão demonstra uma evolução da cultura ocidental, defendendo que nenhuma criança deve ser separada das outras por apresentar alguma espécie de deficiência. Do ponto de vista pedagógico esta integração assume a vantagem de existir interacção entre crianças, procurando um desenvolvimento conjunto. No entanto, por vezes, surge uma imensa dificuldade por parte das escolas em conseguirem integrar as crianças com necessidades especiais devido à necessidade de criar as condições adequadas. Com a Declaração de Salamanca surgiu o termo necessidades educativas especiais, que veio substituir o termo “criança especial”, termo anteriormente utilizado para designar uma criança com deficiência. Porém, este novo termo não se refere apenas ás pessoas com deficiência, este engloba todas e quaisquer necessidades consideradas “diferentes” e que necessitem de algum tipo de abordagem específica por parte de instituições. Num mundo cheio de incertezas, o Homem está sempre a procura da sua identidade e, por vezes, chega mesmo a procurar integrar-se na sociedade que o rodeia, pois fica um pouco “perdido”. A educação inclusiva apoia os deficientes numa educação especial.A Educação Especial é o ramo da Educação, que se ocupa do atendimento e da educação de pessoas deficientes, ou seja, de pessoas com necessidades educativas especiais. A Educação Especial é uma educação organizada para atender especifica e exclusivamente alunos com determinadas necessidades especiais. Algumas escolas dedicam-se apenas a um tipo de necessidade, enquanto que outras se dedicam a vários. O ensino especial é mais frequente em instituições destinadas a acolher deficientes, isto tem sido alvo de criticas, por não promoverem o convívio entre as crianças especiais e as restantes crianças. No entanto, é necessário admitir que a escola regular nem sempre consegue oferecer uma resposta capaz de atender as diversas necessidades destas crianças. A Educação Especial lida com fenómenos de ensino e aprendizagem diferentes do Educação regular, são vários os profissionais que podem/devem trabalhar na educação especial, como por exemplo o Educador físico, Professor, Psicólogo, Fisioterapeuta, Terapeuta ocupacional… Como podemos concluir, uma escola direccionada para a educação especial conta com materiais, equipamentos e professores especializados. O sistema regular de ensino precisa adaptar-se, caso deseje ser inclusivo. Hoje, já se conhecem mais escolas a adaptarem-se e a tornarem-se inclusivas. A criança com necessidades educativas especiais ou a sua família já pode optar mais facilmente sobre onde pretende leccionar o aluno. Para que o ensino especial nas escolas regulares seja de qualidade e consiga atender às diferenças individuais de cada criança, é necessário uma A tecnologia e o desenvolvimento da Informática veio abrir um novo mundo de possibilidades comunicativas e de acesso à informação, sendo estas um auxílio a crianças portadoras de necessidades especiais pois permitem facilitar todo o processo educacional que visa a formação integral de cada aluno especial. A tecnologia deve ser encarada como um elemento cognitivo capaz de facilitar a estrutura de um trabalho, pois facilita as descobertas, garantindo, assim, condições propícias para a construção do conhecimento. São inúmeras as vantagens que o uso das tecnologias podem trazer no que diz respeito ao ensino de crianças especiais, estas permitem: • Alargar horizontes levando o mundo para dentro da sala de aula; • Aprender fazendo; • Melhorar capacidades intelectuais tais como a criatividade e a eficácia; • Que um professor ensine simultaneamente em vários locais; • Vários ritmos de aprendizagem na mesma turma; • Motivar o aluno a aprender continuamente, pois utiliza um meio com que ele se identifica; • Proporcionar ao aluno os conhecimentos tecnológicos necessários para ocupar o seu lugar no mundo do trabalho; • Aliviar a carga administrativa do professor, deixando mais tempo livre para dedicar ao ensino e à ajuda a nível individual; • Estabelecer a ponte entre a comunidade e a sala de aula. Assim, o uso da tecnologia pode despertar em crianças especiais o interesse e a motivação pela descoberta do conhecimento. A deficiência deve ser encarada não como uma impossibilidade mas como uma força, onde o uso das tecnologias pode desempenhar um papel significativo. Será o ensino regular a melhor opção para uma criança com necessidades educativas especiais? O Suporte Emocional Em primeiro lugar, deve reconhecer-se que o contacto e o convívio, formal e informal, entre os diversos alunos, com e sem deficiências, é um meio para que os comportamentos, típicos de cada um e/ou de cada deficiência se normalizem. É uma oportunidade para a construção de relações afectivas, que podem vir a revelar-se, ao longo dos anos, como um suporte emocional fundamental na construção da personalidade dos alunos com deficiência. Faz com que ganhem forças para superar modificações sociais, geralmente mais autónomas e diversificadas. Por sua vez os alunos ditos “normais” poderão desenvolver uma maior capacidade da aceitação da diferença. Suporte Social e instrução Num envolvimento normal, as pessoas com deficiência podem ter um suporte social e/ ou um suporte instruidor. A convivência com colegas, o apoio destes nas actividades da escola contribui para um suporte social. O suporte instruidor deriva da aprendizagem cooperativa, da aprendizagem por imitação, etc. Estes suportes são bastante importantes no desenvolvimento dos alunos com deficiência mental acentuada. No entanto, especialistas concluem que não se têm valorizado suficientemente o papel que as redes de suporte social podem fazer com estas crianças, bem como com as suas famílias. O apoio de especialistas pode ir reduzindo as distâncias entre crianças normais e crianças com deficiência, os professores de apoio que trabalham fora da sala de aula, com pequenos grupos de alunos, podem passar a dar apoio dentro dela. Este caminho implica a organização do trabalho interagindo, solidariamente, os dois professores (normal e de ensino especial) assim, podem definir e construir a melhor forma de trabalharem. Algumas pessoas entendem que o apoio na sala de aula pode ter algumas consequências negativas nas aprendizagens, como por exemplo, uma quebra de atenção por parte do aluno durante a realização de uma tarefa, situações de discriminação, etc. No entanto, o objectivo fundamental é criar melhores condições de aprendizagem para todos os alunos, a presença de outros recursos na sala de aula, no caso um segundo professor, pode constituir uma ajuda importante. O aluno com necessidades especiais necessitará sempre de apoio extra aula, o apoio na sala de aula é importante mas não é o suficiente, este deve ser alargado a outros espaços/ambientes. Cooperação e Organização da Sala de Aula Uma boa organização na sala de aula exige a presença de regras claras, quer no que respeita ao comportamento, como na forma de execução das tarefas e actividades de aprendizagem. No entanto, todo esse processo de organização e funcionamento deve passar pelo respeito mútuo, pela aceitação e compreensão das necessidades do outro, por um processo aberto e dinâmico de negociação onde o aluno se sente responsável e participante. Inclusão e suporte social às familias A implementação da inclusão escolar não deve ignorar o funcionamento das famílias com crianças deficientes. O facto de crianças com necessidades educativas especiais frequentarem uma escola regular é uma fonte geradora de stress. Stress Familiar e a escola a escolherem Como já referimos anteriormente as famílias de pessoas com necessidades educativas especiais, embora consideradas competentes e capazes de responder às necessidades dos seus filhos, são particularmente vulneráveis ao stress. Assim, a deficiência influencia as relações familiares a vários níveis tais como a ruptura matrimonial, os desentendimentos entre pais e filhos, a qualidade da relação entre irmãos, o aumento das dificuldades económicas, num maior isolamento, etc. Mudar a escola tornando-a mais receptiva à diferença (mais inclusiva) é difícil, se esta não se ajustar às expectativas e necessidades das famílias e dos alunos será um factor/fonte considerável de stress e violência para o aluno e para a família. O aumento do stress familiar, motivado pela decisão da criança com deficiência frequentar uma escola regular, parece resultar de vários factores, tais como: • Do confronto diário com a diferença entre os seus filhos e as crianças ditas “normais”; • Do sentimento de discriminação; • Das dificuldades encontradas na adaptação social e escolar dos seus filhos; • Do receio da integração levar à perda de outros serviços prestados à criança e à família; • Do receio de colocarem os seus filhos num envolvimento que consideram “não preparado” para os receber e onde estarão “menos protegidos”. A diversidade de apoios sociais, formais e informais, parecem reduzir o stress familiar. Uma investigação mostrou que as famílias que apresentam menos stress são as que recebem ajudas a vários níveis. Os parentes e amigos podem desempenhar um papel fundamental no alargamento das relações sociais das famílias com crianças deficientes. Também os profissionais são um apoio importante com que as famílias deverão contar, apesar da história de relações entre pais e profissionais nem sempre tenha sido positiva. |
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